Quem nunca trabalhou com um colega que faltava em excesso, e que, quando “dava o ar da graça”, normalmente chegava atrasado? Pois esse é o profissional que incorre no tal do absenteísmo.

Gestores já esperam que seus subordinados acabem perdendo um ou outro dia de trabalho no ano, seja por problemas pessoais ou por questões sistêmicas, alheias ao controle do empregado — como algum gargalo sério de infraestrutura no transporte, ou barreiras no trajeto ao trabalho.
O problema reside no excesso de não comparecimento, que pode se configurar como consequência de insatisfação com o trabalho, e deflagrar prejuízo na produtividade do profissional. Mas afinal, você sabe realmente o que é o Absenteísmo? Você sabe o que causa o Absenteísmo?
Absenteísmo: o que é e suas causas
Absenteísmo é o volume excessivo de faltas ou atrasos no trabalho. Suas causas são diversas e muitas delas podem estar bem a nossa frente e não nos atentamos para elas, veja alguns exemplos:
Incompatibilidade com cultura organizacional: se os valores e comportamento do profissional não estão alinhados com a cultura organizacional da empresa, é bem provável que ele se sinta desmotivado e incorra no absenteísmo.
Assédio moral: profissionais que se sentem tiranizados ou debochados por colegas de trabalho/chefia têm muito mais chances de alegar doença ou problemas pessoais para faltar no trabalho e evitar o assédio sofrido.
Volume excessivo de trabalho: cargas exageradas de trabalho afetam produtividade e satisfação do profissional, que pode atingir altos níveis de estresse psicológico e, por conseguinte, não comparecer ao trabalho na frequência necessária.
Procura por novas oportunidades: alguns empregados faltam no trabalho para participar de uma entrevista ou dinâmica de emprego em outra empresa. Como a maioria desses acontecimentos são realizados durante o período comercial, é comum que o funcionário alegue doença para faltar no expediente do dia em questão.
Doença: as justificativas mais comuns para faltas ou atrasos no trabalho são doenças e consultas médicas, apesar de em muitos casos as alegações serem apenas uma desculpa para mascarar outras questões.
Quando o funcionário não alega o motivo verdadeiro por sua ausência, ele geralmente o faz por temer alguma represália severa por parte da empresa, principalmente se as causas são relativas à incompatibilidade com cultura e assédio moral (ou a qualquer fator que possa gerar constrangimento).
Como o absenteísmo prejudica a empresa
Absenteísmo e queda na produtividade são variáveis diretamente relacionadas. Foi realizado um estudo pela Gallup-Healthways Well-Being Index, onde foi entrevistado 94.000 trabalhadores norte-americanos em 14 ocupações distintas para averiguar quanto as empresas perdiam por conta de faltas e atrasos em suas equipes.
O estudo identificou quantos dólares à queda na produtividade causada pelo absenteísmo custava aos diferentes setores nos quais trabalhavam os empregados abordados. Olhem só esses números:

Ou seja, o absenteísmo gerou um prejuízo total de U$ 84 bilhões de dólares à economia americana no período estudado.
Agora, você já parou para pensar no custo que o Absenteísmo gera dentro da sua empresa? E dentro do seu departamento? Uma vez eu realizei um levantamento desse índice na empresa, segmentado por departamento, tratava-se de uma empresa com aproximadamente 12.000 colaboradores, pasmem o custo chegou a R$ 9.844.399,47.
Sim, quase R$ 10 Milhões de Reais anuais, alarmante não? Foi aqui que percebi que precisávamos mudar imediatamente algumas atitudes na empresa como um todo e para isso eu tive total apoio da diretoria que também se assustou com esse número.
Com as ações adotadas, reduzimos consideravelmente este montante, no primeiro ano caiu para R$ 7.383.299,60 (25%) e no segundo ano caiu mais 75% (R$ 1.845.824,90). No terceiro ano esse número ficou bem melhor e agradou os diretores, acreditem reduzimos em 90%.
Voltando...
Além desses custos diretos, existem outras consequências perniciosas do absenteísmo, como descontentamento por parte de funcionários que precisam cobrir o empregado ausente e redução na qualidade do serviço devido ao desguarnecimento.
Quanta informação ruim, né? Mas não vamos nos desesperar, hoje já existem muitos meios onde o Absenteísmo é tratado de uma forma natural e a sua redução é notória.
Como diminuir o absenteísmo nas empresas
A redução do Absenteísmo é possível sim, mas é necessário que os gestores saibam como trabalhar essa questão com sua equipe, sem fugir da cultura, políticas e normas da empresa e também mostrar para o empregado que ele pode sim se sentir confortável com isso. Seguem algumas dicas:
1. Valorização da compatibilidade com a cultura organizacional nos processos de Recrutamento e Seleção: é comum que gestores e recrutadores subestimem a compatibilidade do candidato com a cultura organizacional da empresa em favor de atributos mais “sedutores”, como currículo de prestígio ou boas recomendações. Entretanto, um profissional que não tem valores e personalidade adequados à cultura da empresa, mesmo com um histórico atraente, pode começar a faltar no trabalho devido ao desgaste gerado pela incongruência entre empresa e sua pessoa.
2. Veiculação de pesquisas de clima organizacional: a qualidade do clima organizacional tem tudo a ver com a satisfação do funcionário. Portanto, é essencial que o departamento de Recursos Humanos veicule periodicamente pesquisas de clima organizacional, verificando como os empregados se sentem no ambiente de trabalho e quais sugestões de melhoria podem dar. Muita atenção nesta questão, culturalmente muitas empresas apenas aplicam a pesquisa de clima e não dão sequência nos dados obtidos. Se a pesquisa for aplicada, dê sequência, esse é um grande indicador e uma enorme oportunidade de melhoria, tanto para a empresa quanto para os empregados.
3. Uso de ferramentas de comunicação interna: plataformas de comunicação interna reduzem ruídos no diálogo entre chefe e subordinado e aproximam os funcionários do RH. As consequências são as maiores chances de um trabalho bem executado e um sentimento maior de segurança/acolhimento do empregado.
4. Estímulo à prática de exercícios laborais: a empresa pode oferecer exercícios laborais uma vez por semana aos funcionários. Por mais que essa prática não vá mudar radicalmente a rotina de atividade física dos empregados (e que também não vá causar impacto profundo na qualidade de vida), ela evita complicações como tendinite e bursite - além de ser um eventual ponta-pé inicial para práticas mais globais, como corrida ou academia.

5. Estímulo à alimentação saudável: a alimentação desregrada é causa de uma miríade de problemas de saúde que podem afastar o profissional do escritório. Medidas interessantes são: oferecer um amplo cardápio de opções saudáveis nos postos de alimentação (refeitório, carrinho de comida ou vending machine) que existem dentro da empresa; e organizar materiais como palestras e vídeos que ensinem os funcionários a adotar dietas adequadas.
6. Invista em Feedbacks Constantes: Assim como oferecer um plano de carreira ajuda na retenção de colaboradores e na redução do índice de absenteísmo nas empresas, os feedbacks também auxiliam na gestão de pessoas. E, para ser possível mensurar o desenvolvimento individual e corrigir os pontos negativos, o retorno sobre o desempenho de um profissional deve ser realizado constantemente. Essa prática gera valor para a empresa na visão do funcionário, pois demonstra comprometimento com os resultados, empenho no desenvolvimento da equipe e reconhecimento pelas metas alcançadas. Além disso, o acompanhamento feito de perto pelos gestores reduz consideravelmente o absenteísmo, e reforça a importância do comprometimento de todos para o crescimento da organização.
7. Estabeleça Políticas de Reconhecimento: A falta de reconhecimento é outro dos principais fatores que levam um profissional a ficar desmotivado, produzir menos e com menor qualidade e faltar no serviço. Afinal, a maior parte das pessoas sente a necessidade de ser reconhecida quando conquista algo. Quando esse retorno não vem, é comum encontrar reações negativas. E, no âmbito organizacional, o absenteísmo pode ser apontado como uma dessas reações. Portanto, visando a motivação da equipe, é importante que sejam desenvolvidas políticas de reconhecimento voltadas para as necessidades e a percepção de valores dos funcionários. Ou seja, cada organização encontrará uma maneira diferente de elaborar essa política.
As mais comuns são:
Bonificação sobre meta batida;
Day off;
Viagens;
Promoções.
8. Realize Treinamentos e Análises a Ergonomia: O acidente ocupacional também é uma causa recorrente dos altos índices de absenteísmo nas empresas. Para resolver esta situação, o ideal é a realização de treinamentos constantes, seja por conta de novos procedimentos ou por reciclagem, para garantir que a equipe esteja alinhada com os padrões de segurança. Outra causa comum são as doenças causadas por esforço repetitivo, que podem também ser evitadas por meio de estudo ergonômico bem feito.
Cada empresa pode encontrar formas diferentes de tratar essa questão, tenho um grupo de amigos em particular que promovem a “união”, isso mesmo, juntos eles se programam para realizar uma caminhada no final de semana e escolhem um trajeto de agrado a todos, eles também inclui seus familiares e passam um dia muito divertido. Fora isso, também aproveitam o tempo bom e vão ao parque e jogam vôlei e ainda tem aqueles mais arrojados que chamam para uma corridinha pelo parque ou para um passeio de bicicleta. Assim eles promovem a união da equipe, praticam uma atividade física (cuidam da saúde) e ainda tem um bom papo com boas risadas para segunda feira (e aqui vale dar risada do chefe também, por que ele deve participar).
Sempre me coloco a disposição para conversarmos. Quer saber mais sobre Retenção de Talentos? Apenas bater um papo? Tomar um café?
Me chame, terei o maior prazer em conversar com você.
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